Mulheres, Histeria & Paroxismo...

Antigamente, acreditava-se que orgasmos eram exclusividade do homem. Mulheres, é claro, tinham que "aturar" o sexo apenas para fins reprodutivos. Mas a ciência logo percebeu que a falta de sexo poderia provocar alguns efeitos "estranhos" nas mulheres, que iam de tonturas, ansiedade, irritabilidade, insônia e perda de apetite, entre outros, a uma tendência a tratar o marido de forma petulante e até mesmo "jogar o livro que está lendo contra uma árvore"...

Sim, se sua esposa apresentasse estes sintomas você saberia que ela estava sendo vítima de um mal que acometia o sexo feminino chamado de "Histeria". Como mencionado, sabia-se que este "mal" acometia mulheres que não estavam exercendo aquele instinto feminino, que é o de tentar a reprodução (solteiras, viúvas, casadas com marido ausente etc), logo uma solução para este problema poderia ser uma simulação do coito (ato sexual); mas lembre-se, não se acreditava que mulheres pudessem ter orgasmos, então este tipo de "cura" seria apenas uma forma de enganar a natureza feminina, que exigia que elas copulassem como parte de suas obrigações reprodutoras, e nada mais.

E como poderia se conseguir esta "cura"? Com a ajuda de um médico, é claro!!! Quem mais poderia "curar" problemas de saúde?

Sim, por mais absurdo que pareça hoje em dia, nos EUA e na Europa existiam médicos encarregados de curar mulheres sofrendo de Histeria! Eles enfiavam uma mão por baixo do vestido da mulher, penetravam dois dedos em sua vagina (não necessariamente profundamente, já que atendiam inclusive a virgens sofrendo deste mal), enquanto massageavam a região do clitóris com a área interna da mão (próxima ao punho) fazendo uma massagem na paciente que trazia-lhe alívio de todos os males que sofria!

Estes médicos sabiam que assim aplacavam os sintomas da Histeria, mas muitos não tinham noção, à época, que o que isto provocava em suas pacientes era um orgasmo. Na verdade, não acreditando que mulheres fossem capazes de prazer sexual, eles chamavam este alívio pelo estranho "termo médico" PAROXISMO. De qualquer forma, não havia dúvidas de que após esta "cura" todos os sintomas indesejados desapareciam, e isto é o que importava, para a felicidade de todos.

Sei que este texto parece até ficção hoje em dia, mas pesquisem sobre o tema que vocês ficarão abismados de descobrirem que isto realmente acontecia! Apesar, que, a bem da verdade, esta não era uma ideia defendida por todos médicos, assim como não eram todos homens que acreditavam na incapacidade da mulher de sentir prazer sexual. De qualquer forma, continuando com o foco apenas na parte mais picante da História, abaixo, um anúncio do século XIX a respeito destes tratamentos milagrosos:


Ser médico naquela época parecia a mais deliciosa das profissões, não? Mas, incrivelmente, eles (ou pelo menos muitos deles) acreditavam que isto era apenas mais um trabalho, e ainda reclamavam que estas massagens constantes provocavam caimbras e dores horríveis em suas mãos, o que levou vários inventores e médicos a criarem instrumentos, mecânicos e elétricos para ajudarem na executação desta tarefa, até que em 1880, um médico inglês, Dr. Joseph Mortimer Granville, patenteou o primeiro vibrador elétrico para auxiliar esta tarefa medicinal... Logo surgiram também aparelhos portáteis que poderiam ser utilizados pelas próprias pacientes "no conforto do seu lar", porém, a bem da verdade, vale observar que estes eram anunciados para TODO tipo de massagem (no pescoço, costas etc) e não apenas para casos de histeria.


O aparelho mostrado acima é de cerca de 1910, quando os tempos já eram outros, e a compreensão do que poderia acontecer nas partes íntimas da mulher já estava mudando radicalmente...